“Sempre soubemos que o ciclo produtivo teve molas amortecedoras nos momentos de crise, que são os serviços. Para esta crise da qual estamos saindo e que deve se encerrar no ano que vem, a grande mola foi o crédito, que mostrou que tem uma função social importante”, diz Ubiratan Lima, economista-chefe da Vadu. “Ele atuou muito mais como um fomento à subsistência do que como um subsídio à produção, permitindo a flexibilização das negociações e o alongamentos de dívidas”, diz ele, que chama atenção para o aumento da liquidez das operações no primeiro trimestre de 2021 principalmente para a pessoa jurídica no que de relaciona à antecipação de recebíveis, e para a pessoa física em relação à agroindústria.
Outros fatores que impulsionaram a oferta de crédito foram a agenda do Open Banking, do Banco Central, que permitiu a entrada de novos competidores que ampliaram a oferta para o consumidor, como bancos digitais, financeiras e fintechs.
Além disso, a Selic, no menor patamar da série histórica até maio deste ano, também estimulou o crédito. Esse último fator, porém, tem mudado de figura. Com o aumento da inflação e com o risco fiscal elevado, a taxa básica de juros vem se elevando: saiu de 2% no fim do ano passado para os atuais 6,25% ao ano. A aposta do mercado financeiro é que a taxa de juros encerre 2021 em 8,25%.
https://veja.abril.com.br/economia/demanda-de-credito-por-pessoa-juridica-aumentou-283-durante-a-pandemia/